segunda-feira, 13 de junho de 2011

Dentistas Montijo

Segundo Francisco Correia em seu livro Toponímia do Concelho do Montijo, a antiga Freguesia do Espirito Santo de Aldeia Galega do Ribatejo, era um ponto de transbordo de passageiros e mercadorias que se deslocavam para e de Lisboa, existia uma estalagem e hospital, documentados desde 1245 e nessa época tinha como topónimo: O lugar do Montijo.
Em 1985, já então como vila, o Montijo, passa a condição de cidade e em 1998, com a inauguração da Ponte Vasco da Gama, restabelece sua primitiva função de ponto de passagem, entre Lisboa e o sul. (Francisco Correia - Toponímia do Concelho do Montijo. Volume I - Freguesia Montijo - Camara Municiapl do Montijo 2006).
Iniciamos nossa atividade no Montijo em 1988, na Praça da República, e em pouco tempo, acompanhamos a mudança que se verificou no Montijo até atualmente, desde a época das suiniculturas e das corticeiras até a presente época dos hipermercados e dos grandes centros comercias.
Desses tempos, trazemos boas lembranças. Lembramos, por exemplo:
  • Quando, do Montijo, ao ver o por do sol em Lisboa, a cidade nos parecia, e de facto é, tão perto e no entanto para lá chegar de carro, tão longe.
  • Quando, ao entardecer, os apitos das fábricas soavam, o ar se enchia, não sei porque, de uma melancolia e ouvíamos o borburinho das pessoas com passos apressados.
  • Quando, olhávamos a Praça da República, na sua tranquilidade habitual, e em um instante, os táxis, que lá faziam ponto, sumiam para logo depois reaparecerem, rápidos, com passageiros que apanhavam na estação fluvial. Logo depois aparecia uma pequena multidão, caminhando ligeiro, e em pouco tempo, na Praça, voltava a reinar a calma e a tranquilidade. Sabíamos assim que mais uma carreira fluvial havia chegado.
  • Quando, em certas épocas, talvez pela mudança dos ventos, a cidade ficava com uma névoa que nos fazia lembrar que perto estavam as corticeiras. O odor da cortiça queimada, marcou uma época e hoje, quando passamos pelas chaminés que ainda resistem ao desenvolvimento urbano, quase que conseguimos sentir o coração acelerar com as recordações de uma cidade ativa.
Somos filhos adotados do Montijo, mas nossas raízes aqui se desenvolveram e se fortificaram, e hoje, não temos medo de dizer que entendemos e aceitamos o progresso, mas nos permitimos sentir saudades do "outro" Montijo.


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